segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Cora Coralina - 120 anos de seu nascimento

Anna Lins Guimarães nasceu em 1889 na cidade de Goiás Velho e morreu em 1985. "Ela aprendeu lendo,observando, conversando com as pessoas", conta sua filha a escritora Vicência Bretas Tahan. A pouca instrução formal não impediu Cora de desenvolver o talento como conferecista, escritora, declamadora e jornalista. Passou a assinar Cora Coralina para se diferenciar de muitas Anas que homenageavam a padroeira da região. Aos 21 anos, apaixonou-se pelo advogado e jornalista Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas. Cantídio era mais velho, separado e pai de uma filha ilegítima com uma índia, um relacionamento polêmico para a época. Aos 22 anos Cora Coralina partiu com ele para o interior de São Paulo, levando a filha índia. Teve cinco filhos. Deixou de escrever por causa dos ciúmes do marido. Cora despontou como ambientalista, que arborizou a cidade com mudas de árvores. Em 1929, mudou-se para São Paulo. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 militou como enfermeira. Dois anos depois, Cora ficou viúva e precisou lutar para a sobrevivência. Montou uma pensão e foi vendedora de livros de porta em porta. Foi comerciante de tecidos e sitiante que lutava pelos lavradores. Esse senso social lhe rendeu um convite para concorrer como vereadora em Andradina. Ela não ganhou, mas ter participado de eleições foi uma grande vitória feminina para a época . Depos de 45 anos , Cora volta para sua terra, aos 67 anos, e nasceu a doceira, para poder comprar de volta a Casa Velha da Ponte, onde viveu na infância. No imóvel funciona o museu Casa de Cora Coralina. Foi nessa casa que Cora Coralina iniciou os registros do primeiro livro, publicado aos 75 anos. Na verdade Cora Coralina começou a escrever aos 14 anos , apesar das barreiras por ser mulher.
Cora Coralina uma mulher extraordinária, não precisava ter escrito nenhum poema para ser um símbolo feminino de luta, altivez e dignidade. Uma belíssima biografia !

Um comentário:

G I L B E R T O disse...

Dulce Maria

Assim como sua poesia, a vida de Cora é de tirar o fôlego!

Exemplo da luta, da obstinação e da guerreira que é a mulher brasileira!

Abraços!