domingo, 28 de dezembro de 2008

O Sonho não acabou...


O Ano de 2008 está em seus últimos dias. Fazer o balanço de um ano é corriqueiro em nossas vidas. É um costume nosso de homem comum que coloca sonhos e ilusões na vida para que sua caminhada seja mais suave. Esquecemos que o tempo não para e este é sempre uma continuação de nossa caminhada na vida. Como disse o nosso grande poeta Carlos Drummod de Andrade: genial quem teve a ousadia de inventar essa marcação de tempo ,dias,horas, anos. Assim esquecemos que a terra está a girar e que é sempre continua e nós fingidores ou melhor para alimentar nossas esperanças de dias melhores, dividimos a vida em períodos de 365 dias em 365 dias colocamos números os chamamos de anos e a cada final da jornada de 365 dias,fazemos de conta que tudo mudará no Ano Novo como 2009 fosse tudo diferente com promessas de mudanças as vezes radicais em nossas vidas. Engraçado comemoramos com alegria e acreditamos que em passe de mágica haverá uma transformação radical em todos nós e na humanidade com paz,amor, solidariedade e valores éticos. O que esquecemos é que a vida é uma construção desde que nascemos e essa tem que ser sólida e continua. Não podemos perder de vista essa construção que pode desmoronar ao primeiro abalo que sentimos. A vida não espera e contar tempo é bobagem ,melhor é nos comprometer e refletir em toda a caminhada com o bem viver o presente com trabalho, alegria, amor e harmonia. Para que deixar para depois o que podemos vivênciar hoje? A nossa invenção de que a cada 365 dias vamos fazer um mundo de coisas quase impossíveis nos leva a grandes frustrações. E é comum os consultórios psiquiátricos ficarem lotados de pacientes. As pessoas fazem tantas promessas de mudanças radicais em suas vidas pessoais, profissionais e até transformar o mundo que não suportam o suposto fracasso de tantas promessas e ações impossíveis de serem realizadas, em apenas uma virada de ano. Temos uma crise financeira que bate as nossas portas embora eu a considere mais uma crise de valores humanísticos. Temos uma rara oportunidade para rever nossa vida individualista e consumista . Quem sabe fugindo a mesmice de todo final de ano, vamos fazer uma grande virada não apenas de ano mas sim de comportamento diante da vida. Que tenhamos o início de uma era feliz que 2009 seja um marco na nossa vida e da humanidade. O sonho não acabou, que o façamos uma realidade daqui para frente na vida humana. Que assim seja e todos nós possamos caminhar com as mão entrelaçadas. Amém.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Natal tempo de renascer.


Natal tempo de reflexão,de repassar um olhar em toda nossa vida. Os dias que antecedem o Natal,são como reler o livro da nossa vida: página por página. A fase da inocência infantil, acreditamos em Papai Noel, celebramos o menino Jesus,ajudamos a família formar o presépio e a tão querida árvore com suas bolas coloridas e o pisca- pisca como vagalumes a brilhar . Depois a transição adolescente, queremos os presentes e celebramos o Natal com a irreverência e alegria que os jovens sabem fazer como ninguém. .Já na fase adulta sentimos poderosos, não preocupamos em fazer um balanço da nossa vida, mas olhamos a nossa volta e temos um aperto no coração por vermos crianças sofrendo violências, um mundo injusto e individualista onde muitos confraternizam com a mesa farta e outros não tem nada. Vamos repassando as páginas do livro de nossa vida e vemos lá perdas preciosas ; pessoas amadas, que não estarão presentes em nosso Natal com suas palavras lindas, seus sorrisos doces, alegres e contagiantes, também aquele apaixonante cãozinho, vestido a caráter estará ausente. Hoje quem sabe são estrelas, astros que brilham, iluminam nossos caminhos e corações saudosos. Os dias próximos ao Natal são de introspecção, intercalada com o entusiasmo da preparação para confraternização com a família e amigos. Faço um balanço de minha vida, dessa página que estou virando; questiono-me quais foram minhas boas ações e as em que falhei. Será que sou uma boa mãe, filha, irmã, amiga, justa e generosa com os que trabalham comigo? E minha solidariedade, fraternidade, amor ao próximo como Jesus, o Aniversariante desse dia que chamamos de Natal,nos ensinou? Será que sou uma cidadã atuante em busca da paz, da solidariedade para resgatar os valores humanísticos que dependem do esforço de cada um de nós? Porque não entrelaçar as mãos para uma caminhada mais suave e digna na construção de um mundo melhor para as gerações futuras? E minha vida pessoal será que estou dando atenção demais para ela? Quero um Natal menos consumista, quero receber meus presentes de Jesus (invertendo: o Aniversariante é que presenteia). Quero que Ele abençõe nossa família para permanecer unida como sempre, que nos dê humildade para reconhecer erros e corrigir rumos. Que nos ajude a ser melhores para continuar nossa caminhada com ética e respeito as diferenças. Que o amor impere em nossos corações e de nossos amigos. Que a celebração do Natal, nascimento do Menino Jesus seja um renascer dos sentimentos de amor fraterno, solidariedade e paz na humanidade. Que assim seja para sempre. Amém.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Desejo (autora Graça Penna)


Percebo-te na penumbra
de meus sonhos
e mergulho em rios
que desconheço.
Desejo contar peixinhos
e catar as pedrinhas
de todas cores e formas
quero marcar o meu caminho
para não me perder
na procura de seus olhos
para não me perder
na procura de sua boca
na procura do calor de seu corpo
quero acordar em tempo de viver esse momento.
Ah! Se você soubesse que morro de ansiedade
só de pensar no que vai acontecer,
o que está para acontecer.

domingo, 7 de dezembro de 2008

O Guardador de Rebanhos (Autor: Fernando Pessoa)

Não me importo com rimas. Raras vezes
Não há duas árvores iguais,uma ao lado da outra.
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me
Por que me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior.


Olho e comovo-me,
Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado,
E a minha poesia é natural como levantar-se ao vento.




Obs:Esse poema é da obra de Fernando Pessoa representado no seu heterônimo Alberto Caeiro (a fase de serena alegria,de uma alegre inconsciência, a ingenuidade e o carinho a natureza. É Fernando Pessoa lindamente alegre, o seu hino a vida.

Eu e minhas emoções (Autora: Graça Penna)


Na casa em que é meu aconchego
está a minha paz e o meu"Eu" que,
me perturba;
na incerteza de saber quem sou, sinto preguiça
de aceitar a, outra que existe em mim;
na montanha que desenho com o meu olhar de silêncio
está o pôr-do-sol que me faz sonhar;
na caminhada que ensaio está o presente,
o agora e a flor que procuro;
nas ruas de minha cidade estão meus risos,minhas,
vontades ,alguém que me perturba;
na incerteza do meu "Eu"olho para o chão,
vejo a minha sombra como se estivesse,
projetada em um espelho de asfalto,
e vejo-me incrivelmente humana.
Sorrio, para mim é tudo.
Sou vida.

O Elefante (Autor :Eduardo Galeano)


Quando eu era criança minha avó me contou a fábula dos cegos e do elefante. Três cegos estavam diante do elefante.Um deles apalpou a cauda do animal e disse: -É uma corda. Outro acariciou uma pata do elefante e opinou: É uma coluna. O terceiro cego apoiou a mão no corpo do elefante e adivinhou: -É uma parede. Assim estamos cegos, cegos de nós, cegos do mundo. A cultura dominante,cultura de desvínculo, quebra a história passada como quebra a realidade presente; e proíbe que o quebra-cabeças seja armado.




Obs:essa é uma jóia de Eduardo Galeano é um retrato em que todos podem refletir em um texto simples e extremamente didático, a importância de ler as entrelinhas com senso crítico para não formar opiniões que não correspondem a realidade.Essa tem que ser analisada no contexto da sua totalidade e não fraguimentada . Toda analise em fraguimentos não corresponde a realidade. Resultado: o simplismo em interpretações,na verdade o importante está nas entrelinhas.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Crise financeira ou crise de valores humanistas

O assunto do momento é a crise do capitalismo. Uma crise sem precedentes, não só na área financeira, na área energética, na alimentar e ambiental, essa tão grave que é uma questão de sobrevivência das espécies, deveria ser colocada não como salvar o ambiente mas sim como não nos auto- destruirmos . Enquanto muitos cidadãos ficam enlouquecidos com perdas de sono por estar perdendo dinheiro nas Bolsas,mercado financeiro e a falência de empresas que podem levá-los a modificar as atitudes exageradas de consumo. Que convenhamos, vivemos um modelo econômico, que incentiva todos os excessos de produção e consumo de badulaques que não necessitamos. Nunca se preocupam com produtos prioritários, para as mínimas necessidades básicas do ser humano mas sim produtos caros e supérfluos. Os ricos ficam mais ricos na ciranda financeira e os pobres mais pobres sem as mínimas condições de ter acesso aos produtos básicos para viver com dignidade. A crise é uma consequência dos gastos de um dinheiro financiado por bancos para que os ricos fiquem mais ricos as custas das classes mais baixas que são incentivadas a consumir produtos que não são prioritários. As pessoas sensatas se perguntam onde buscaram tanto dinheiro para socorrer bancos e empresas. Enquanto existe tanta miséria no mundo e os Cínicos diziam que não tinham dinheiro para quem passa fome.E à custa dessa miséria da maioria esse sistema se sustentou;gastaram mais do que podiam.A ordem era comprar, financiar e consumir mais e mais. Sabemos que mais uma vez quem vai pagar a conta serão os maisfracos os pobres,mão de obra barata,falta de empregos,menores salários ,que resumem-se em: exploração e pobreza e lucros dos socorridos "riquinhos" admiravelmente maiores. Existem também as pessoas ótimistas com essa crise ,cogitam quem sabe a possibilidade de um sistema capitalista menos selvagem mais próximo do socialismo, possibilidade remota infelizmente, o individualismo e o egoísmo de interesses particulares estão no seu apogeu Quem dera mesmo que essas montadoras de carros que estão pedindo socorro financeiro não fossem a falência. Nunca se preocuparam em pesquisar carros que fossem menos poluentes ,seus carros são poluidores atmosféricos dos mais danosos ao ambiente. Chega de carro nas ruas! As grandes cidades teriam um transito melhor e seus habitantes melhor qualidade de vida . Certamente, os meios de transportes priorizados seriam para a coletividade. Está na hora do mundo refletir sobre os acidentes ecológicos ,o esgotamento das riquezas naturais que terão que impor um limite no movimento capital. Aliás quanto dinheiro de papel sem lastro existe por ai? Será que um dia vão comer papel? Não pensemos apenas na crise financeira,vai muito além dela,é preciso repensar as pessoas,o individualismo e a ganância desmedida. Nas crises costumam-se surgir ideias novas como oportunidades de melhorar ou então o esfacelamento total. Com grande sabedoria nosso Zeca Baleiro disse bem: "Essa crise financeira é o menor problema que temos. Falta saúde mental ao mundo, amor, paixão, respeito, bondade, coragem, todas essas coisas fora de moda". E eu Maria das Graças uma cultivadora de valores fora de moda, na minha humildade tenho a ousadia de assinar embaixo das palavras do brilhante Zeca Baleiro.