terça-feira, 23 de junho de 2009

Olhares dão sentido a vida.


Uma convicção é o nosso olhar é que dá sentido a vida. O significado do que nos rodeia depende do nosso olhar. Em pequenas cenas do cotidiano vemos pequenos gestos ganhar dimensões várias. Uma historinha... Caminhos se cruzaram em um dia qualquer numa sala de aula. Ele mais jovem com um certo poder, ela mais velha feliz, com sede de conhecimentos. Conheceram-se, sentiram uma admiração mútua. Ela feliz jamais pensaria que ele a olhava com desejo de algo mais. Simples, amava outro homem e não olhava para os lados. Inocente até deixou que o olhar dele desse sentido ao que não existia. Extremamente aplicada em uma matéria, um dia chegou à Faculdade e as colegas deram -lhe uma bela surpresa. Total em todas as notas. Era final do período,as notas estavam na secretaria para que se consultassem os resultados. Difícil acreditar, mas como aplicada que era e apaixonada por essa determinada matéria só a humildade a fez se emocionar . Ela vai entrando seguindo uma espécie de varanda imensa. Ele surge em sentido contrário, caminhando como fosse encontrá-la. Ela emocionada pela conquista do reconhecimento ao seu esforço: gritou o nome dele, em um rasgo de espontaneidade e emoção, correu de braços abertos para abraçá-lo. Foram muitos abraços entrecortados pelas emoções deles. Sentimentos com significados diferentes. Ela pelo resultado da aprendizagem de um conhecimento que gosta muito, gratidão pelo incentivo dele que nunca poupou esforços para que ela tivesse a sua orientação e acessos a livros também. As emoções dele não se resumiam em só pelo sucesso dela, mas a emoção maior era de estar nos braços da mulher que mexia com seus sentimentos e sentidos. Daí a relação deles mudou de atenciosa para uma relação como se tivesse um "clima" diferente. Voltaram das férias. Ele ficou a jogar indiretas bem atrevidinhas. Ela caiu na real quando em turma, no intervalo das aulas, sentada no parapeito da varanda, ele sempre vinha conversar e um dia deu a "cantada"direta: daria tudo para conhecer os mistérios dela. As colegas arregalaram os olhos,uma mais atrevida falou: repita o que você disse e ele repetiu sem constrangimento. Foram para sala de aula. Sem comentários. Continuaram no intervalo das aulas a bater papos no corredor-varanda. Sentar no parapeito, era como uma mania. Na época usava umas botas femininas com estilo masculino. Um dia ele parou perto dela, pegou a ponta do cadarço das botas e puxou cuidadosamente o que a fez sentir um friozinho como tivesse sendo desnudada devagar, de mansinho. Ela se assustou. Tomou uma séria providência, foi clara. Não queria magoá-lo mas, amava outro homem, era muito feliz. Só poderiam ser amigos. Cenas comuns e com significados tão diferentes para estas duas pessoas. Olhares tão diferentes em um cotidiano simples. Imagino as visões várias em vivências mais complexas. As consequências dependem do olhar que lançamos a nossa volta, em determinado momento de nossa vida. Só que a vida também é como uma roda-gigante e nas voltas que dá não sabemos o que pode acontecer...

8 comentários:

Anônimo disse...

Mais um excelente texto Maria!
Me fez lembrar várias passagens da minha vida.
Bjs.

Maria das Graças disse...

Oi, Fátima é para recordar mesmo...
Quem não viveu momentos assim.

Olha miha amiga,de vez enquando devemos abrir nosso baú para as preciosidades vividas e esquecidas dentro dele...

Você a gentileza em pessoa.

Abraços afetuosos minha amiga.

Cris França disse...

Que delicia de texto amiga!
Nos estilo que eu gosto...conto da vida que fala de amor.
Ainda que amor admiração, amor!

Lembrei do ambiente da faculdade, da expectativa da nota, ainda que em nenhuma das duas que fiz, eu tenha encontrado algo remotamente parecido. Um admirador...rs

Um beijo querida!

Maria das Graças disse...

Oi Cris,uma admiração mútua. Agora o desempenho da aluna era exelente por até hoje ser apaixonada pela matéria. E não houve proteção foi merecimento mesmo.
Tentei passar de forma simples o quanto a forma de olharmos o mundo produz consequências. E também sermos levadas por um "friozinho",a perder pessoas importantes em nossas vidas.
A aluna era casada e muito feliz.

Quanto ele é uma pessoa bacana !

Minha amiga Cris, tem que se ter cuidados com os "friozinhos" perigosos ...rsrsrs...

Um abraço.

Regina disse...

Olá, querida Maria!

Esses "contos" da época de estudante são bastante gostosos de se lembrar...

O "friozinho" na barriga realmente é a melhor parte!!

E quantos "friozinhos" há para se contar!!...

Amiga, obrigada também pelo seu carinho de sempre...

Beijo!

Soraia Alves disse...

Conquistou uma leitora!

=D

Maria das Graças disse...

Regina,esses "friozinhos" rsrsrs... são perigosos quando somos felizes e podemos por tudo a perder por esse tal de "friozinho",mas que é bom até que é. Se ela não tivesse compromisso e feliz,então...

E a Soraia seja bemvinda.Adorei sua visita. Volte sempre.

Abração para as duas amigas.

Anônimo disse...

Maria,

agradeço seu preocupado comentario no Varal. Você tem TODA razão!