Um dia de alegria e de nostalgia. Levanta-se cedo, ouvidos atentos para a campanhia do telefone, até que enfim vai receber as tão esperadas visitas, seus compadres e o afilhado que não vê faz tempos. Pensa o que oferecer-lhes para o almoço ou lanche. Precisa caprichar pois está muito feliz e a comadre tem mãos de ouro na cozinha. Não demora e o telefone toca, estão chegando. Pega o elevador como uma flexa com o coração batendo forte. Sempre que os encontra é assim, uma história de duas famílias que se conheceram cada uma de cidades diferentes e distantes, foram constrir a vida em uma cidade que lhes deu condições de crescer profissionalmente e construir famílias. Os abraços afetuosos, sorrisos, o afilhado uma surpresa, um lindo rapaz de vinte anos que estuda Engenharia em Campinas. Sentamos e começamos as conversas, novidades de amigos comuns. Os planos de vida, as realizações nossas e as de nossos filhos. Só que as ternas recordações chegam rasgando corações, falta uma pessoa alí na sala. Uma figura querida por demais marcante, sabia agradar os adultos e tinha lugar cativo nos corações das crianças, mais de uma vez filhos de amigos diziam para as mães que gostariam que o tio pai do Marcelo, fosse seu pai também. Não que não tivessem pais carinhosos, apenas o tio tinha um grande carisma com as crianças. E em meio as conversas em volta da mesa, as recordações são mais fortes e os detalhes de uma convivência de amizade vão desfilando como um belo filme. O dia da descoberta da gravidez,(depois de seis anos), os sonhos e a notícia que seriam padrinhos do filhote mais novo que estava para chegar. Que felicidade sentiram, o melhor testemunho de amizade que poderiam receber. Na hora das despedidas os abraços, a entrega do presente e as lágrimas vão se misturando. Existem tempos que não voltam mais, permanece o consolo de tempos bem vividos com preciosas amizades. Entram no elevador abraçados. O carro em movimento e acenos de mãos afetuosas ficam gravadas em sua mente, faz a volta devagar, entra em sua sala juntando louças e copos. Um sorriso nostalgico em seu rosto denuncia a sua saudade.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
A paixão
Falar sobre certos sentimentos torna-se algo complexo. Um exemplo, é o sentimento paixão, na maioria das vezes, visto em uma ótica simplista em que considera-se apenas ligado ao desejo sexual. Não se admite a paixão como parte do amor verdadeiro, sentimento este em que nos doamos e fazemos nossos projetos de vida. Em minhas vivências, desde menina sempre coloquei a paixão em minha vida, esse sentimento que não tem nada de efêmero como muitos pensam de forma por demais preconceituosa, com um certo viés calcado em ranços cultivados com visões que não condizem com nossa condição humana. Não consigo imaginar minha vida sem a paixão que sempre senti. Sentimento que traz encanto em meu viver, em meus amores ao longo dessa caminhada que se chama vida. Amo com paixão a vida, meus filhos, família, amigos, tantas e tantas atividades que se desenvolvem com esse sentimento. As vezes em minha introspecção vejo uma injustiça com sentimento tão bonito e forte . Não sei se seria essa conotação pejorativa ou preconceito com sexo que leva as pessoas a separerem a paixão do amor dito puro e verdadeiro. Para minha vida, nunca separei a paixão do amor seja dos sentimentos entre uma mulher e um homem, seja a paixão de uma mãe por seus filhos, ou mesmo nossas atividades, nossos lazeres. Não consigo imaginar a vida sem paixão em épocas que temos perdas irreparáveis em nossas vidas, é esse sentimento que nos levanta e nos faz caminhar com seguança pois a vida é uma paixão. Se olharmos para a os grandes feitos de nossa humanidade vemos que todas as realizações dependeram de pessoas apaixonadas pelos seus projetos. Essa história de que a paixão cega as pessoas é para as desequilibradas. As equilibradas sentem paixão e sempre sabem o que constroem e o chão que pisam.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Vida de mãe e filho.
A vida de mãe é carregada de emoções, são as pequenos acontecimentos que sempre adquirem dimensões do tamanho de seu amor pelos filhos. Hoje feliz vai com o filho para comprar o terno para o casamento que se ralizará dentro de três meses. O filho experimenta um terno, gosta do que veste mas faz questão que a mãe dê opinião. A mãe aprova e olha-o encantada, com um sentimento de orgulho, já é um homem com rosto de menino. Se parece tanto com a mãe... se emociona ao pensar no privilégio de entrar na Igreja, levando -o ao altar. Ela sabe que é um ciclo que se fecha nessa sua linda aventura de ser mãe. O filho amado agora vai definitivamente ter sua vida ligada a uma companheira, constuíra sua família . Será feliz tem certeza, pela grandeza de ter sentimentos afetivos muito fortes e em todos os momentos, o filho que a mãe um dia sonhou, que generosamente veio para sua alegria, muito além de suas expectativas de mãe. É o filho dos sonhos de qualquer mãe mesmo aquela que não é coruja. Engraçado temos sempre a sensação que os rituais da vida se repetem. O filho faz um caminho tão parecido com o dos pais! A vida de criança, adolescente, estudos, caminho profissional, ama uma pessoa com projetos de vida como ele. É a vida como uma peça de teatro que se repete, só que os atores são diferentes mas com sonhos muito parecidos. Tenho convicção que a vida é sonho e são nossos projetos que nos alimentam para a realidade que é o chão que pisamos. A Vida e realdade sempre estarão entrelaçadas. E é assim que caminharemos sempre.
domingo, 19 de julho de 2009
O sapo.

Existem circuntâncias inesperadas da vida que proporcionam encontros inusitados. Foi o que aconteceu. Entre as várias pessoas que viu depois de quase décadas, umas quase irreconhecíveis outras nem tanto. Uma lhe despertou curiosa atenção. Ele fez parte de sua adolescência, das descobertas da menina que vivia a transição para se tornar uma mulher. Apesar de estar com a atenção absorvida para outras pessoas que precisavam de seu apoio, sentiu-se curiosa quando o viu entrando na sala. Teve dúvidas se seria mesmo aquele que muitas vezes forçou "a barra" para namora-la. Na época receou entrar em uma relação que sentia não estar preparada. Ele era muito mais velho e as mal amadas diziam que era muito "mulherengo". Ela queria a época viver as alegrias das novas descobertas sem complicações. Reparou que ele não tem mais o viço de outrora, os olhos muito belos pareciam um mar profundo ou um céu sem núvens, uma boca bonita quase perfeita e seu porte de princípe que derretiam corações ...não encantam mais. Um cumprimento rápido. Ele parece tímido ao contrário de anos atrás em que dava "as cartas". Na verdade ela foi riscada de sua convivência, em uma retaliação por rejeitá-lo, talvez com um certo exagero cruel próprio de sua imaturidade de adolescente. Nunca a perdoou e agora a sua frente quase velho, parece que sente vergonha de olhá-la nos olhos. Ela a vontade, está tranquila. Ele atrapalhado a cumprimenta com um "Como vai?", como se estivesse chegando, quando na verdade está de saída. Ela responde: tudo bem. Com maldade, tem vontade de dizer olha eu já o cumprimentei quando você chegou. Agora é despedida. Resolve deixar para lá. Não resiste quando chega em casa, tem que telefonar e contar para a querida irmã. Que o príncipe que povou o imaginário das duas durante tanto tempo tinha se transformado em sapo. Com certeza o príncipe agora é um sapo feioso!
sábado, 18 de julho de 2009
Reflexões de uma mulher.
Deitada na grama, olha o céu com um lindo sol a brilhar. Um convite a preguiça sob aquele sol. Uma preguiça que a faz pensar: na sua vida, na sua forma de ser. As vezes até pensa que parece diferente de outras pessoas...Na verdade tem uma característica esquisita em sua personalidade, dentre as muitas que a habitam, tem uma que é a criança que teima em querer sair para brincar por aí...Engraçado que existe a mãe que tem em seus filhos uma forte razão de viver, a filha que ama e cuida com desvelo, a mulher apaixonada pela vida e pelas pessoas. É uma pessoa adulta que já experimentou amor, paixão, alegria e dor. Deveria já ter domado a criança e a paixão por tudo que a interessa. Ainda não conseguiu mudar essas faces eferventes de sua personalidade . Elas continuam dentro dela, como se fossem eternas. Continua imóvel, o sol a aquece. As vezes a vida não é fácil para quem ama demais viver. Ela senta, olha em volta, levanta-se, entra na piscina, e experimenta a água fria. Repara no silêncio,que se quebra com o barulho da água. Parece que a água fria a acorda daquela viagem de seu pensamento. Na verdade deveria tentar envelhecer...
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Isto (Autor Fernando Pessoa)
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda
É como um terraço
Sobre outra coisa ainda
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
domingo, 12 de julho de 2009
Saber viver...
Os entendidos sobre o comportamento humano dizem que é preciso saber viver.Para mim não existem receitas mas, tem algumas regras básicas para quem lida com o público que deveriam ser uma filosofia de vida. Temos que estar antenados para não nos tornar desagradáveis. O dia está lindo com mil promessas...daí que começa a se preparar: abre o armário escolhe que roupa vai vestir, separa a maquiagem, ao olhar no espelho vê que precisa dar uma escovada no cabelo, as unhas tem que dar uma ajeitada também, afinal por uma bobagem, colocou creme nos pés e usou um plástico colorido - a pele absorveu o creme impregnado de tinta- esfoliante nenhum fez o milagre de retirar a tinta. Pegou o telefone e ligou para o Salão de beleza, queria ser atendida com certa urgência não poderia perder tempo. Prontamente atendida, pediu que duas manicures cuidassem dos pés e mãos, (queria ganhar tempo) a cabelereira poderia ser uma que tivesse possibilidades de encaixá-la para sair o mais rápido possível. Foi voando para o salão, lavou os cabelos, as manicures ótimas, discretas, dão conta do trabalho e gradecem. Aí chega -se ao calvário para ser atendida pela cabelereira. Essa fica a conversar com duas clientes que estão na sua frente. Quando se pensa que o serviço dela terminou com as clientes, está ela lá dando retoques nos cabelos e a conversar. Que vontade de levantar e ir embora; não pode hoje é um dia especial. Até que enfim a feliz se aproxima para atendê-la. Só que imaginava que o arsenal de assuntos trágicos tivesse um ponto final com as clientes que foram embora. Mas nada foi logo desfilando as confidências das duas distintas e elegantes senhoras que haviam feito os cabelos naquela hora...filhos drogados, sofrimentos de mães, falências, crimes, todas as trágicas passagens conhecidas das infelizes clientes foram desfilando, parecia uma apresentadora de programa de tragedias humanas. A cliente já com a cabeça quente e sem paciência, a ponto de levantar da cadeira. E o cabelo parece que ficou esquecido... coloca um produto, outro... Quando a ilustre faz questão de mostrar o trabalho, que vontade de chorar, o cabelo estava duro como se colado fio por fio um no outro. Agradece diz que gostou, vai para o caixa, acerta a conta e sai correndo. Chega em casa, olha-se no espelho, pensa como fazer para melhorar aquele cabelo e sua cabeça de tanto ouvir tragedias. E a tarde merece algo especial, tem que resolver o emaranhado do cabelo...que desse jeito não tem como ser agradável de se passar as mãos. Com urgencia pega um pente e vai desfazendo aquela coisa horrível. Até que consegue, toma um chá refrescante para melhorar a cabeça. Apronta-se com gosto e pensa bem é preciso mesmo saber viver. Agora essa feliz profissional não a pega mais sentadinha em sua cadeira. É preciso ter bom senso: o sorriso, assuntos agradáveis, discrição são relaxantes, uma filosofia de vida para todos nós que temos contato com pessoas.
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