domingo, 29 de novembro de 2009

Detesto auto-ajuda


Vivo implicada com os E-mails que recebo de pessoas que nem conheço. Sou bombardeada por textos de auto-ajuda. Pregam otimismo, que chega até o exagero de condenar as pessoas que tem senso de realidade, conhecem o problema e vão a luta para resolvê-lo, mas sabem que podem ganhar a batalha ou perder. É a vida. Senso do real não é só ter pensamentos positivos mas sim saber que a vida não é só ganhos ou mar de rosa. As receitas de auto-ajuda não respeitam as peculiaridades de cada um. Façam assim para que seus filhos sejam bem educados, vencedores. Será que alguma mãe já viveu a experiência de criar filhos da mesma maneira? Tenho dois filhos; os educamos com amor, justiça e cuidados, a abordagem da educação sempre diferente, pois as personalidades deles são completamente diferentes, só se parecem na essência do amor,da amizade, ética, generosidade e unidos em todos os momentos a família. A questão é nos valorizar, acreditar na nossa capacidade de usar o bom senso, para tomar nossas decisões da melhor forma, para resolver o que a vida nos coloca. Sejam nos momentos de dor ou alegria. Imagino o sofrimento e sentimento de culpa das pessoas que não conseguem colocar esses manuais, que ensinam a viver, na prática de suas vidas. Haja frustração! A auto-ajuda parece até uma ideologia para dizer que somos incapazes de saber viver. A culpa é só do infeliz que está vivendo o problema, o mundo é "ótimo ", o que acontece a sua volta não tem culpa de seus problemas. O problema é individual. Você não decorou as "frases de efeito e otimistas" que vão mudar sua vida. E o adepto da auto- ajuda se afunda no sentimento de culpa e da incapacidade de usar a receita do sucesso. Penso, que o melhor de tudo é agir com nossa intuição, é construir nossa vida com nossas próprias forças. Ser bem sucedido e feliz não tem receita, mas sim muito trabalho, uma construção tijolo por tijolo que não termina nunca. Depende de cada um, na escolha dos valores a ser seguidos no seu caminho que se chama vida.

6 comentários:

Anônimo disse...

Não existe receita que possa nos ensinar a viver não é Maria e isto é que faz a vida ficar interessante.
Bjs.

*Mundo Particular* disse...

Olá querida vim agradecer pelo comentario sobre minha historia postada no blog da nossa amiga Cris e, fazer parte do seu espaço e , convidá-la a conhecer o meu que é feito com muito carinho pra todos que por lá passam ..

Bj!! e boa semana cheia de paz.

Maria Fe disse...

Maria, adorei o post!!
Na minha dissertação faço uma análise de livros de auto-ajuda. E parto desse pressuposto de que não podemos simplesmente padronizar modelos de felicidade como fazem esses manuais!!
beijos

Maria das Graças disse...

Maria Fe, como gostaria de ver essa sua dissertação.
Olha fiquei espantada com a capa da revista Veja dessa semana que fala sobre como os livros de auto-ajuda ajudam as pessoas.

Uma revista semanal que escreve uma reportagem desse nível com tantos problemas a ser tratados, parece - me que quer alienar as pessoas.

Já pensou como ficam os psicanalistas que batalham para a saúde mental?

Fico feliz com seus comentários. Admiro jovens inteligentes como você.

Um grande braço.

G I L B E R T O disse...

Maria

Também odeio auto-ajuda!

percebestes que, atualmente, os livros mais vendidos são dessa vertente?

Arre!!!!!!!!!!

Regina disse...

Querida Maria,

Como você bem colocou, é preciso ter bom senso... tudo depende do uso que fazemos destes livros...

Eu, na minha experiência, teve uma época em que estava mal e estes livros me ajudaram a sair da tristeza... mas nunca me senti "pressionada" ou culpada em não estar feliz...

Reuni forças próprias e consegui vencer a tristeza por conta própria, pela minha força e vontade interior... não precisei recorrer a terapias, nem a psicólogos!

Receitas para a felicidade não existem mesmo... assim como para nada nesta vida... Cada um vai descobrir o seu jeito de ser feliz e, por isso, a gente precisa se conhecer... e estes livros, ao menos para mim, me ajudaram muito neste sentido... a descobrir como sou, o que sinto...

Mas, concordo sim, que possam existir pessoas que, ao invés de melhorarem, pioram lendo esses livros... é preciso ter um grande discernimento das coisas que se lê... e, como eu disse, saber fazer o uso dessas ferramentas...

Beijo!!