quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A memoria

A memoria é uma caixa que se abre sem pedir licença,talvez um pequeno gesto ou um encontro com alguém importante. E foi assim que o tio mais querido  abriu a preciosa caixa onde está parte de sua vida de criança rural. Já foi logo dizendo para o tio que queria visitar a casa de sua infância. O tio deu-lhe um abraço e um sábio conselho:-Minha filha, não vá  visitar a fazenda onde vivemos tantas alegrias. A casa não existe mais. Deram fim até nas pedras. Quando passei por lá, procurei algo que concretamente pertenceu aquela casa, e nada. Sentei no chão e chorei. Ela muito teimosa,ficou em dúvidas se realmente valia a pena ir ver a decadência, o descaso de quem deveria ter cuidado da preciosa herança. Esquisito como a vida prega peças, as pessoas que amavam e preservariam aquele patrimônio não tiveram essa oportunidade. Quem recebeu de mão beijada aquele tesouro,não pediu licença na hora de mandar aquela bela casa para lojas de peças de demolição. Ela resolve por enquanto seguir o conselho do tio mais querido. Sabe que vai mudar de ideia, ainda irá ver a terra arrasada, o que realmente restou do paraíso. Quem sabe encontra pelo menos uma daquelas jaboticabeiras ou algum pé de manga que ficava a beira do corrego. Será que resistiram. Ela fecha os olhos e parece ver um filme de um tempo muito feliz...

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá minha amiga!
Que sodade do cê sô!
Muitos bjs.

Cris França disse...

Nossa eu precisei de muita coragem para passar em frente da minha antiga casa...
Meu marido fica insistindo, vamos passar por lá, para ver, e eu só pedindo para não ir.
Dias atrás falei: quero ir lá!
A casa antes pintada de Salmão, estava pintada de cinza, as arvores, meu antigo pé de orquídea, as rosas da minha mãe, cederam espaço à um cimentão.
Era tudo tão cinza quando o meu sentimento...

beijos querida, desculpe o devaneio, mas quis escrever o que o teu lindo post me deu. Saudades

lu trevejo disse...

A lembrança, guardamos no fundo do peito...